Paisagem e Património II

Gestos de Cor - Sinais da terra: registos da transformação da paisagem na arte portuguesa. Os paraísos de Teresa Magalhães.

Conferência e debate
Teresa Magalhães [Pintora]

Isabel Lopes Cardoso [Historiadora de Arte, Investigadora, CHAIA/UÉ]
Moderação :
Aurora Carapinha [Arquitecta Paisagista, CHAIA/UÉ, Directora Regional de Cultura do Alentejo]
Paulo Simões Rodrigues [Historiador de Arte, Director do CHAIA/UÉ]

Paisagem e Património II (2012-2013) tem como fio condutor as metamorfoses da paisagem e os consequentes efeitos de patrimonialização, que nos propomos analisar e discutir pelo prisma da técnica e da deslocação (individual ou colectiva).

 A pintora Teresa Magalhães é a convidada desta primeira sessão do 2º ano do Seminário Interdisciplinar de Investigação sobre Paisagem e Património organizado pelo CHAIA/UÉ.

No decurso das décadas de 1970/80, num contexto de profundas transformações económicas e sociais, na cultura ocidental a conservação e a transmissão dos patrimónios materiais e imateriais passa a estar associada às questões da memória e da pertença identitária. Abandonada durante cinquenta anos, a paisagem seria reabilitada no decurso da década de 1980, quando se começou a pôr em causa o modelo de crescimento dominante e os seus impactos desastrosos para o ambiente.

 Movida por um sentimento de urgência e pela percepção de que “estava tudo a desaparecer”, Teresa Magalhães decidiu, em 1979, dar a volta ao país.

 Nestas viagens à sua terra - o seu meio de deslocação é o automóvel - faz um levantamento da diversidade dos elementos que marcam a cor local de cada uma das regiões portuguesas, colhendo registos (fotográfico, pictórico, material) das cores que definem a terra e o labor da terra, as construções que pontuam cada região, a tonalidade luminosa e ambiental das diferentes paisagens.

 A partir deste material (que em parte incorpora nas telas como elementos plásticos e de informação sobre a realidade do material local), pinta oito quadros a que dá o nome de cada uma das regiões, individualizando-as.

 Douro – tela escolhida para a exposição Paisagem nas colecções do CAM Fundação Calouste Gulbenkian e do Museu Nacional de Soares dos Reis, actualmente patente no Museu de Évora - funciona como uma espécie de catalisador de algumas problemáticas da paisagem portuguesa.

 Partindo da pintura e da recolha fotográfica cedida pela pintora propõe-se uma reflexão em torno dos valores estético, emocional e de uso, que subjazem as estas problemáticas, bem como em torno dos aspectos político, económico, cultural que regem a sua evolução.

Parceria: Universidade de Sorbonne Nouvelle - Paris 3; Biblioteca de Arte, Fundação Calouste Gulbenkian
Concepção, coordenação, textos: Isabel Lopes Cardoso (CHAIA/UÉ)
Direcção científica: Aurora Carapinha (Linha Paisagem e Estética da Paisagem, CHAIA/UÉ), Ilda Mendes dos Santos(Universidade de Sorbonne-Nouvelle, Paris III), Isabel Lopes Cardoso (Linha Paisagem e Estética da Paisagem, CHAIA/UÉ), Paulo Simões Rodrigues (Linha História da Arte, CHAIA/UÉ), Rute Sousa Matos (Linha Paisagem e Estética da Paisagem, CHAIA/UÉ)
Bibliografia: Ana Barata (Biblioteca de Arte/Fundação Calouste Gulbenkian)
Maquetes: Rute Sousa Matos
Secretariado: Carmen Cangarato
Mais infrmações em http://www.chaia.uevora.pt

Organização: CHAIA – Centro de História da Arte e de Investigação Artística, Universidade de Évora
Em 14.12.2012
17:00 | Sala 131 do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora