Favelas: Arquitectura de Sobrevivência
Pedro Lobo
Favelas: Arquitectura de Sobrevivência

Exposição de fotografia de Pedro Lobo

"Favelas: Arquitetura de Sobrevivência" é uma exposição de fotografia de Pedro Lobo sobre a arquitetura das favelas brasileiras, patente na Projective Eye Gallery, na Universidade da Carolina do Norte, em Charlotte (EUA), de 9 de Março a 30 de Maio. Pedro Lobo é investigador do Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA), reside em Évora e chegou a frequentar o Mestrado de Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural.

A exposição inclui 48 fotografias em grande formato do fotógrafo nascido no Brasil, documentando as favelas ou bairros de lata do Rio de Janeiro, as ocupações urbanas informais mais antigas do mundo. Existem cerca de mil milhões de favelados no mundo, um milhão dos quais no Rio de Janeiro.

As paisagens fotográficas de Lobo documentam o caos organizado das encostas invadidas por moradias. As fotografias sugerem uma progressão em direção a uma certa permanência, à medida que as pessoas se enraízam e constroem comunidades dentro dessas urbanizações espontâneas. Essas imagens não escondem o alastramento ou as dificuldades das favelas, no entanto estão repletas do otimismo necessário à vida nessas vizinhanças marginalizadas. As imagens presentes na exposição tentam mostrar a dignidade humana dos moradores das favelas, apesar de todas as dificuldades enfrentadas por aqueles que não têm outra escolha a não ser viver nestas comunidades excluídas.

Pedro Lobo estudou na School of the Museum of Fine Arts, em Boston e no International Center of Photography (ICP), em Nova Iorque. Entre 1978 e 1985 foi fotógrafo/investigador do Centro Nacional de Referência Cultural (CNRC), com Aloísio Magalhães, e do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), onde foi o responsável pela documentação fotográfica para os processos de inclusão na lista do Património Mundial da UNESCO das cidades de Olinda, Ouro Preto, Salvador, Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel das Missões. Nas suas séries fotográficas, nas favelas cariocas - "Arquitetura de Sobrevivência" -, nas prisões de Carandiru e Medellin - "Espaços Aprisionados" -, utiliza a fotografia de arquitetura como meio de retratar a condição humana.

Tem exposto regularmente seu trabalho, em exposições individuais e colectivas, no Brasil, em Portugal, nos Estados Unidos, na Dinamarca, na Alemanha, na China e na Colômbia. A sua obra figura em diversas coleções públicas e particulares. Recebeu o V prémio Marc Ferrez, as bolsas CAPES-Fulbright e a Vitae de Fotografia.

Atualmente reside em Évora, Portugal, trabalhando na Europa e no Brasil.

Ueline

Publicado em 18.03.2013